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Histórias de quem leva a vida na flauta

É inegável o importante papel que a flauta doce exerce na educação musical no Brasil.

Não raro, as escolas ensinam as crianças e infelizmente nem sempre os professores conhecem bem o instrumento. Porém é inegável que hoje tem um mercado para esse instrumento. Mas não foi sempre assim. Muita gente trabalhou muito duro para hoje termos esse trabalho.

Iniciei meus estudos de flauta doce em 1968. Naquela época tive a sorte de estudar com professores que sabiam do valor educacional do instrumento e também reconheciam seu valor como veículo de expressão artística. Isso foi uma sorte, pois se hoje o instrumento tem pouca expressão artística, imagine só naquela época!

Muitos professores construíram a história da flauta doce aqui em São Paulo. Professores de musicalização que usavam a flauta doce como recurso musicalizador e dulcistas profissionais, começaram a quebrar as pedras para fazer as estradas que trilhamos hoje. Devo minha carreira na flauta doce a professores como Nair Romero de Matos Moreno da antiga Fundação das Artes, que me colocou nos concursos, e me fez tocar em quartetos, trios e duos com piano, cravo, violão e quartetos de cordas. Essa mulher abriu meu coração para a música; como Shinobu Saito (que hoje é responsável pela disseminação do método Suzuki no Brasil).

Devo aos concursos nacionais de flauta doce do Conservatório do Brooklin cujo professor Sígrido era responsável; aos recitais e máster Classes de Hélcio Muller e Ricardo Kanji, que estudaram no Conservatório de Haia e todos queriam saber o que eles aprenderam por lá; às aulas com professor Bernardo Piza também formado em Haia; as aulas do controvertido professor Roger Cotte da UNESP (já falecido).

Sei também que muitos outros contribuíram com o mercado e ensino da flauta doce, professores como: Teresinha Sagar, Marília Macedo, Helder Parente, a professora Sophia Helena que fazia um trabalho coletivo com aulas de flauta doce (creio ser uma das pioneiras - criticada por quem só acreditava em aulas individuais) a professora Ilza Ponce e tantos outros que fizeram de pessoas da minha geração conhecer melhor esse instrumento incrível, amado por muitos, odiado por outros e ainda desconhecido por tantos (incluindo músicos nesse hall).

Minha história se faz:

  • Encontrando alunos que hoje ensinam nas Universidades como; Patricia Michelini no Rio de Janeiro, Isamara Carvalho na Universidade de São Carlos;

  • Fazendo amigos como David Castelo da Universidade de Goiás;

  • Formando inúmeros profissionais através do programa Sopro Novo da Yamaha Musical do Brasil, junto com tantas pessoas que não posso nomear aqui porque vai dar uma lista imensa. Mas eu sei o nome de cada uma delas!

  • Tocando no Quinteto Sopro Novo com meus colegas: Marcio Soares Alexandre, Marta Roca, Maurílio Silva e Josy Lopes.

Levei 47 anos construindo um caminho que sinalizei com diversos letreiros e placas como:

  • Flauta Doce não é Brinquedo.

  • Flauta Doce é um instrumento musical tão importante quanto qualquer outro.

  • Flauta Doce não serve só para musicalizar, mas tem uma vocação especial para esse fim.

No começo da minha carreira eu era criticada porque tocava com flauta doce, tocava com pianista, estudei no Brasil, morava no ABC Paulista, não era da elite da música antiga. Tive que lutar para construir o meu espaço e hoje por causa do Sopro Novo, esse espaço ficou tão grande que até quem nunca ouviu falar do Sopro Novo se beneficia com o mercado que ele ajudou a expandir.

Agora tenho duas novas placas para incluir na minha estrada.

A primeira:

  • Flauta Doce pode tocar com banda sinfônica.

Fizemos isso com o Quinteto Sopro Novo e a Banda Sinfônica do Estado no MASP no ultimo dia das mães, iniciando os eventos que comemoram os 50 anos de fabricação de instrumentos de sopro pela Yamaha.

Agradeço ao maestro Marcos Sadao pelo convite e por tudo o que esse concerto significa para nós da flauta Doce. Essa é a prova de que meus letreiros expressam a verdade

A última:

  • Levar a vida na flauta é muito difícil. Principalmente se a flauta for germânica!

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