A Respiração e Articulação na Flauta Doce
TÉCNICAS DE RESPIRAÇÃO E ARTICULAÇÃO UTILIZADAS NO ENSINO DA FLAUTA DOCE
1. Respiração.
A respiração influência diretamente na sonoridade obtida pela flauta doce, Walter Van Hauwe afirma que ela é a base da produção sonora desse instrumento e, por isso, para se obter uma sonoridade rica, colorida e com “personalidade” um sistema de respiração adequado e eficaz faz- se indispensável.Portanto, um treinamento sistemático dos músculos respiratórios pode trazer conforto e facilidade para produzir um som melhor e uma articulação mais refinada.
2. Articulação.
Para a prática musical, o objetivo da articulação é definir os inícios e finais de cada um dos sons, bem como possibilitar agrupamentos através de suas combinações. Nesse caso a articulação passa a ser um recurso expressivo, podendo determinar o caráter da interpretação.Em termos simples, pode–se dizer que para cada nota usa-se um golpe de língua com exceção dos sons ligados. (WEILAND, SASSE E WEICHSELBAUM, 2010 p. 13). Respeitado o comprimento da nota realiza-se o corte.
3. Cada pessoa é única.
Cada intérprete tem sua própria maneira de articular na medida em que realiza pequenas variações em cada um dos pontos de articulação. As características físicas de cada intérprete, aliadas à suas intenções musicais, geram uma infinidade de variantes no resultado sonoro. Assim, o treino das diversas consoantes com todas as vogais em suas variações fonéticas desenvolve tanto a flexibilidade e potência da musculatura utilizada para a articulação, como esclarece para o estudante quais as melhores escolhas fonéticas para se obter o resultado esperado na execução de uma obra musical.
4. Preparação corporal.
5. Respiração Costo-diafragmático-abdominal.
6. Exercícios respiratórios.
- Levantando o livro;
- Respiração Cachorrinho;
- Na cadeira;
- Movimentos Circulares;
- Soprando na mão;
- Com tempos;
- Sílabas / tempos / estalos.
7. Articulação.
• Vogais: juntamente com o consoante irá garantir a sustentação do som, e dependendo da sua maior ou menor abertura, ajudará na emissão de notas agudas ou graves.
• As articulações mais adequadas para a prática da flauta doce: • Línguo-alveolares dentais: [t] e [d] → explosão → nitidez nos inícios, precisão nos ataques. • Línguo-alveolares: [r] e [l] → rrrua → frulato; aro → combinada com [t] ou [d] fluida → forte-fraco barroco; [l] e [r] como [luru] funciona bem em passagens rápidas em grau conjunto, articulação muito ligada. Línguo-velares: [k] e [g] → combinadas com [t] e [d] como [tuku] e [dugu] precisão em passagens extremamente velozes.
8. Consoantes surdas.
Greenberg (1983): Prefere as consoantes surdas para a prática da flauta doce porque: • A vibração das pregas vocais requer um certo aumento da pressão de ar dos pulmões para se iniciar. O ar reservado nos pulmões do intérprete é assim mais facilmente esgotado. • A ação das pregas vocais tende a interferir na continuidade da corrente de ar dos pulmões para o instrumento, assim reduzindo a habilidade do intérprete em controlar a corrente de ar com seus músculos respiratórios. • A pronúncia das consoantes sonoras na flauta doce pode ser ruidosa o suficiente para interferir na boa entonação. • Certas consoantes sonoras (como [g]) produzem tensão nos músculos da garganta.
9. Consoantes surdas.
Greenberg (1983, p.100) nos diz ainda que a articulação “assim chamada de ‘[d] suave’, apreciada por vários virtuoses da flauta doce, é na verdade um [t] surdo e levemente pronunciado”, assim, para ele “[t] é uma articulação melhor que sua contrapartida sonora [d]”. O autor faz a mesma comparação entre [k] e [g].
10. Articulação Resumindo, [t] e [d] são articulações precisas para ataques e finalizações, sendo que o [d] soa como um [t] suavemente pronunciado; [k] e [g], combinadas com [t] e [d], proporcionam agilidade e precisão, sendo que [g] soa como um [k] suavemente pronunciado; o [r] combinado a [t] ou [d] proporciona uma sonoridade fluida e átona em passagens legato, gerando a combinação de sons ‘forte- fraco’ característica da música barroca; [l] é uma articulação imprecisa no ataque, mas muito fluidas em passagens ágeis em grau conjunto, proporcionando uma sonoridade intermediária entre articulada e ligada (sem consoante); [r] (como em “rrrua”) é utilizada para o frulato ou vibrato de língua.
11. Na Música Contemporânea.
Na música contemporânea alia-se, ainda, outros recursos para a interpretação, como o vibrato de sopro, o uso de frulato, efeitos com voz e percussão de língua, como ataques estourados, canto em “hum”, e outros.
12. Improvisos.
- Motivo;
- Articulação.
13. Estudo.
Testar articulações.
14. Apreciação.
15. Na Musicalização.
Ensinando Música Musicalmente (Swanwick, 2003)1. Abro os braços sou avião...2. Assoprar a vela...3. Falar as sílabas sem a flauta... sem a vogal...4.